Caros,
A experimentar companhias no Brasil …
Dia: 25/06/2012
Companhia: Avianca Brasil
Voo: OC 6008 (originalmente OC 6010)
Rota: São Paulo Congonhas – Rio de Janeiro Santos Dumont
Horário: CGH 15h59 – SDU 17h00
Avião: Airbus A319 (PR-AVD) (cn 4336 – 1º voo em 05/07/2010)
Lugar: 19D
Distância: 227 mi / 366 km
Ocupação: Cerca de 90% de ocupação
Preço: 100,57 R$ (39.68€ ao câmbio de hoje)
A marcação:
De férias no Brasil aproveitei para experimentar mais umas companhias locais. Ao acompanhar a aviação brasileira, através da participação no fórum «Contato Radar», tenho sempre uma certa curiosidade em conhecer as suas empresas. Aquando da marcação da viagem olhei com especial atenção para as rotas, horários e preços das companhias em que ainda não tinha voado, a saber: Trip, Webjet, Passaredo e Avianca Brasil. Consegui marcar um Rio de Janeiro-Iguaçu na Webjet e um voo da Ponte Aérea SP-RJ na Avianca Brasil, a antiga OceanAir.
Tinha, confesso, uma certa curiosidade em conhecer a Avianca Brasil. A empresa tem uma excelente reputação e agora é apontada como uma possível compradora da TAP, como tal desejava voar nesta companhia. Sabia que a empresa operava na Ponte Aérea SP-RJ e acedi ao site da mesma para ver os horários e os preços. Os preços estavam de acordo com aquilo que a concorrência oferecia e havia muita disponibilidade de horários/lugares. Como tal decidi: vou voar Avianca Brasil !
Uma vez apostado a adquirir o voo entre São Paulo e o Rio de Janeiro nesta empresa, passei para a compra através do site da companhia. No Brasil, uma vez que não possuo CPF (número de contribuinte) nem cartão bancário emitido no país, tenho por vezes dificuldades em efetuar/consumar a compra de passagens aéreas. Felizmente no site da Avianca pude concluir a compra com o meu cartão de crédito emitido em Portugal.
Nota positiva para a Avianca (OC) neste campo !
O voo:
Um pouco “fruto do acaso”, e sem saber do caos que estava instalado em Congonhas devido ao nevoeiro que obrigou a cancelar muitos voos, fui bastante cedo para o aeroporto.
A chegada a Congonhas:
Fui de imediato fazer/concluir o meu check-in, que devido à falta de impressora não pude imprimir o talão de embarque, e a assistente disse-me de imediato:
«Sr, o seu voo foi cancelado, mas eu vou colocar você num voo que está saindo», respondi logo: «ok», também que outra hipótese eu tinha ?!.
Assim passei do voo OC 6010 com partida às 15h59 para o voo OC 6008 com partida prevista para as 12h55, mas que só iria sair depois das 15h00.
Outra nota positiva para Avianca, a forma rápida e "desburocratizada" com que resolveram o problema do cancelamento do meu voo inicial.
O check-in foi rápido, sem ninguém na fila mas quando estava à espera da alteração do voo, tirei algumas fotos à loja da Avianca Brasil que ficava em frente. A senhora informou-me educadamente que não podia tirar fotos devido aos direitos de imagem de marca. Fiquei um pouco admirado, afinal a “mais desconhecida” Avianca Brasil parece não se querer dar a conhecer ?!.
Check-in:
A loja da Avianca no aeroporto de São Paulo (CGH):
O processo de embarque no aeroporto central de SP, Congonhas, é rápido e eficaz. Depressa passei pelo controlo de raio-x e dirigi-me à porta de embarque. Pude então aperceber de parte do caos que reinava em CGH devido ao fecho do aeroporto naquela manhã devido ao nevoeiro.
O "pátio" em Congonhas:
Um dia complicado no aeroporto CGH:
Com tantas alterações, e uma vez que o avião ainda não estava na manga de embarque, tive a esperança da troca de um A319 por um A318, avião que ainda não conheço. Mas não, passados uns minutos vejo o A319 PR-AVD dirigir-se à porta de embarque n.º 4.
O A319 da Avianca:
Chamados para o embarque, depressa os passageiros formaram uma enorme fila (parece que isto é um fenómeno igual em todo o mundo). Já com menos fila junto à porta entrei para a manga que me levaria ao A319. Alguns tripulantes da companhia, que deviam voar em “extra crew”, deixaram os últimos passageiros embarcar antes deles.
A porta de embarque:
O embarque:
Ao entrar no avião foram oferecidos uns auscultadores e a edição do dia do Jornal Económico. Com a alteração do voo perdi o meu lugar à janela, ainda tentei ver se havia algum lugar vago à janela, mas o voo estava praticamente cheio e não tive essa sorte. Tive de me sentar no meu 19D, um corredor, sendo que os lugares vizinhos eram o 19E e o 19K, um pouco estranha esta numeração.
A fila 19. Ao lado o campeão do mundo, Sr. Mário Zagallo:
O avião estava em excelente estado de conservação, mas o que mais chama a atenção nestes A319 da Avianca BR são os ecrãs de entretenimento individual, algo a que estou habituado apenas em aviões de longo curso. Ao nosso redor existem outros pequenos “luxos” cada vez menos habituais em aviões de médio curso.
A cabine deste A319 da Avianca:
Ecrãs individuais num avião de médio curso:
Tabuleiro “divisível”:
Alguns “luxos” pouco comuns num A319:
Avião praticamente novo e em excelente estado de conservação:
Confortavelmente sentado no meu lugar, assisti no ecrã individual às demonstrações de segurança e iniciamos o push-back às 15h21.
Os assentos:
Espaço para pernas e o pormenor do apoio de pés:
Demonstração de segurança:
O aeroporto de Congonhas registava algum movimento, pelo que tivemos de esperar até às 15h42 para que o comandante Rodrigo Davi e o primeiro-oficial Fábio Laranjeira colocassem o A319 a voar a partir da pista 17R.
A voar:
Talvez devido a algum problema técnico, mas não fui capaz de colocar o ecrã a funcionar com o meu comando. Além do ecrã, que entretanto passava os dados do voo, havia a revista da Avianca para ler.
Revista de bordo:
A revista com a programação a bordo:
As instruções de segurança:
Apenas 12m após a descolagem foi servida a refeição a bordo. Sabia da fama da companhia em ainda fornecer comida quente, mas não sabia como seria a refeição. Alguém na companhia pareceu adivinhar que adoro “salgadinhos” e soube-me muito bem comer aquela refeição acompanhada de sumo de manga e uma pequena sobremesa.
A caixa com a refeição quente:
A refeição servida neste voo de pouco mais de 30m:
O voo da ponte aérea SP (CGH)-RJ (SDU), o “filé mignon” da aviação brasileira, é um voo curto que obriga a tripulação a ser bastante rápida em todos os procedimentos. Os quatro elementos que constituíam a tripulação de cabine foram simpáticos e eficientes neste meu voo OC 6008.
As indicações de voo:
Começou então a aproximação ao aeroporto de Santos Dumont (SDU), situado no centro do Rio de Janeiro e numa zona de grande beleza natural. Aliás, a aproximação ao RJ-SDU é de uma beleza impressionante ! Se este não for o mais belo aeroporto do mundo, anda muito perto.
A aproximação ao RJ:
Braços abertos sobre a Guanabara, o Cristo Redentor:
O RJ lá em baixo:
Quase na pista ...:
Ainda um pouco “inebriado” pela beleza do Rio de Janeiro, sou chamado literalmente à terra quando aterramos às 16h15 na pista 20 do SDU, seguido de uma forte travagem, uma vez que a pista tem apenas cerca de 1300m.
A aterragem no SDU:
Fomos até às mangas/portas de embarque e assim acabou este curto voo. Dei comigo a pensar que como seria elegante fazer este voo há umas décadas atrás, nos saudosos tempos dos Electra II da Varig.
Já a caminho da manga/porta para o desembarque, ao fundo um "retrojet" da TAM:
Depois de cumprimentar a tripulação, fotografar um E195 da Azul com pintura especial, fui recolher a minha mala, que chegou às minhas mãos às 16h48. Terminava assim esta minha experiência com a Avianca Brasil.
À espera da bagagem:
O A319 PR-AVD cn 4336 (foto de Carlos Filipe Operti – Airliners)
Conclusão:
É certo que sou muito mais atento/exigente na hora de escolher um voo de longo curso e que no médio curso já estou habituado aquilo que atualmente o setor oferece, ou seja, cada vez menos conforto e “mordomias”. Mas a Avianca OC é diferente …
A companhia optou por seguir um caminho diferente, manter os preços na média da concorrência mas oferecer mais a bordo de forma a captar o passageiro.
Eu que apenas comecei a voar em 1998 e já não apanhei as décadas de ouro da aviação, senti que a Avianca procura recordar um pouco esses tempos. Este foi um dos melhores voos de médio curso que fiz na vida, como tal: nota máxima para a Avianca Brasil !
Um abraço,
João P. Gomes